Estou a tentar afastar-me o máximo possível do cinema americano, de forma a descobrir o que é feito pelo resto do Mundo, a descobrir o que tenho perdido. Foi esta a razão porque me tornei dono de 5 filmes sul-coreanos. Até ao momento, o pouco contacto que tinha tido com a indústria cinematográfica sul-coreana, tinha sido ténue mas extremamente positiva. Dois filmes vistos à uns quantos anos: Gwoemul(aka The Host), uma agradável surpresa; Oldboy(aka Oldeuboi), um filmão de top mundial. Então porque não ver mais umas quantas produções sul-coreanas?
1986. Coreia do Sul sob ditadura militar. Província de Gyunggi. Uma série de assassinatos de jovens mulheres. Uma dupla de detectives da policia local sem métodos nem disciplina. Um detective de Seul oferece-se para ajudar trazendo novos métodos de fazer as coisas.
Comecei a ver o filme e logo me apercebi que já tinha visto o detective Park(Kang-ho Song) em algum filme. Claro, em Gwoemul(aka The Host). Era o labrego(mas dedicado) pai da criança. Apesar de existir a ideia que todos os asiáticos são iguais, Kang-ho Song diferencia-se bem. Aqui é um detective da policia local. Toda a vida fez o seu trabalho sem método o que desta vez não o vai ajudar. É o 'palhaço' de serviço. E mais uma vez agarra por completo a personagem. Transmite-me a sensação de ser um grande actor. Quiçá dos mais ilustres na Ásia! O seu colega, o detective Cho(Roe-ha Kim) partilha os seus métodos de trabalho. É apenas mais virado para dar pancada em toda a gente. O detective que traz ordem à investigação é Seo(Sang-kyung Kim). Metódico e concentrado. (Quase) toda a verdade está nos documentos. Interpretação intensa, acompanhando Kang-ho Song. Um apontamento para mais 2 actores que também entram em Gwoemul(aka The Host): o parvinho Kwang-ho(No-shik Park) e o desconcertante Hyeon-gyu Park(Hae-il Park). Tanta caras repetidas despertou-me a curiosidade de ir ver que mais filmes tinha realizado Joon-ho Bong. E lá estava a explicação. Em 2006 realizou Gwoemul(aka The Host). Tenho que espreitar as suas outras obras...
A forma sustentada e ao mesmo tempo vertiginosa com que as personalidades das personagens principais se vão desenvolvendo é genial. Sempre a sofrerem influência do rumo que a investigação toma. E situações cómicas? O detective Park domina. Várias vezes quebra o silêncio com tiradas geniais. Toda a situação da hipótese dos monges é hilariante. A 2ª cena do crime é a loucura da desorganização. A cena de ele a ajudar um dos suspeitos a fazer a confissão. E todas as cenas em que fala e usa o seu incrível dom de olhar perspicaz. Fez-me rir como muitas comédias não conseguem.
Baseado em factos reais, o filme retrata o 1º serial-killer na Coreia do Sul. É um policial, um filme de detectives, de crime, mas não só. É uma filme focado na ditadura militar da altura. Critica-a. O facto de ser mais importante acabar com manifestações que descobrir um assassino. As simulações na escola. Mas o facto mais visível é a sirene de recolher obrigatória. Quanta opressão (e uma boa ajuda ao assassino)!
Detective Park Doo-Man: There's a reason people say I have a shaman's eyes.
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Detective Park Doo-Man: Monks.
Entrada directa para o top de policiais/mistério, juntando-se a filmes como S7ven, El Secreto de Sus Ojos, The Usual Suspects, Loft, Primal Fear, Ne le dis à personne, Memento e mais alguns!! Com um fim à altura do que vimos durante 2 horas, deixa-nos a reflectir sobre várias coisas! É intenso, às vezes perturbador, outras vezes relaxante, desafiante...é essencial para quem gosta de policiais.
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