04/04/2011

Mais uma transição...

Finito. O Viajante do Século de Andrés Neuman foi devorado com prazer. Um romance com estilo próprio. Uma boa história, uma história de amor, de paixões, de pessoas, de desejos, de sonhos. Personagens bem construídas, uma variedade de temas abordados, especialmente ligados às artes, com particular foco na poesia. Entre muitos poetas cita Bocage, mas o poema que mais gostei é de Heinrich Heine:
Muito foi o que sentimos um pelo outro,
tivemos contudo uma exacta harmonia.
Muitas vezes fingimos ser um casal
sem ter de sofrer tropeços ou rixas.
Divertimo-nos juntos, gritámos com alarde,
demos doces beijos e trocámos carícias.
No fim decidimos, com infantil prazer,
brincar às escondidas pelos bosques e campos.
Conseguimos assim esconder-nos tão bem
que nunca mais voltámos a encontrar-nos.
Aquele que foi considerado o melhor livro publicado em Espanha em 2009 deixa-nos com um sabor amargo na boca mas com paz na alma.

Entretanto, enquanto me perdia nas estantes da minha casa, achei um tesouro inestimável: um livro de Eugénio de Andrade. Não sabia ter algo dele. Duas colectâneas de poemas num só livro: O Sal da Língua precedido de Trinta Poemas. Vai ser saboreado lentamente, a pouco e pouco, tentando não ser guloso, um poema por dia...

Para o dia à dia, emprestaram-me o badalado e controverso Gomorra de Roberto Saviano...espero grandiosidades desta obra...

1 comentário:

Fabinho disse...

E quem é k foi amigo e te emprestou? Quem foi??? lolol...Tenho pouco material literário, mas o que tenho é de boa qualidade...é já estás a espera do próximo...lolol