Naquele tempo. No tempo de nosso tempo, eu não sabia que muitos anos antes, um Príncipe Idiota ajoelhado diante de um altar perguntava aos ícones, com os olhos cheios d'água: “POR QUE CONTAM COISAS AS CRIANCINHAS’.
A verdade, meu querido Portuga, é que a mim contaram as coisas muito cedo.
Adeus!
Uma história tão simples e tão bela. Penso ter sido o 1º livro que li em brasileiro. De leitura obrigatória.
Voltei a minha atenção para um conjunto de 'Estórias Abensonhadas' reunidas por Mia Couto. Deixo o prefácio:
Estas estórias foram escritas depois da guerra. Por incontáveis anos as armas tinham vertido luto no chão de Moçambique. Estes textos me surgiram entre as margens da mágoa e da esperança. Depois da guerra, pensava eu, restavam apenas cinzas, destroços sem íntimo. Tudo pesando, definitivo e sem reparo.
Hoje sei que não é verdade. Onde restou o homem sobreviveu semente, sonho a engravidar o tempo. Esse sonho se ocultou no mais inacessível de nós, lá onde a violência não podia golpear, lá onde a barbárie não tinha acesso. Em todo este tempo, a terra guardou, inteiras, as suas vozes. Quando se lhes impôs o silêncio elas mudaram de mundo. No escuro permaneceram lunares.
Estas histórias falam desse território onde nos vamos refazendo e vamos molhando de esperança o rosto da chuva, água abensonhada. Desse território onde todo homem é igual, assim: fingindo que está, sonhando que vai, inventando que volta.
Mágico. Pequenos contos de fazer sonhar. Cheios de palavras novas. Palavras moçambicanas. Palavras inventadas. Palavras sonhadas. Adorei.
Acordando dos sonhos para que Mia Couto me transportou, peguei em algo obrigatório de quem gosta de escritores portugueses:
Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas, tem hoje quarenta e nove anos, por ter nascido em 1815 na aldeia de Cacarelhos, termo de Miranda.
...
O amor é tão engenhoso como a natureza!
Sendo das suas obras mais conhecidas, é uma forte crítica cheia de ironia e sátira à sociedade das grandes metrópoles, à corrupção destas sobre o homem comum. Uma leitura bastante divertida. Quantas vezes me ri a ler feito um tolo? Um verdadeiro disparate delas :)
E as leituras prosseguiram para um livro de espionagem para ir variando o tipo de livros que me passam pelos olhos:
Era uma dessas vagarosas tardes de Domingo de que Walden gostava. Encontrava-se de pé junto da janela e olhava para o parque.
A verdade, meu querido Portuga, é que a mim contaram as coisas muito cedo.
Adeus!
Uma história tão simples e tão bela. Penso ter sido o 1º livro que li em brasileiro. De leitura obrigatória.
Voltei a minha atenção para um conjunto de 'Estórias Abensonhadas' reunidas por Mia Couto. Deixo o prefácio:
Estas estórias foram escritas depois da guerra. Por incontáveis anos as armas tinham vertido luto no chão de Moçambique. Estes textos me surgiram entre as margens da mágoa e da esperança. Depois da guerra, pensava eu, restavam apenas cinzas, destroços sem íntimo. Tudo pesando, definitivo e sem reparo.
Hoje sei que não é verdade. Onde restou o homem sobreviveu semente, sonho a engravidar o tempo. Esse sonho se ocultou no mais inacessível de nós, lá onde a violência não podia golpear, lá onde a barbárie não tinha acesso. Em todo este tempo, a terra guardou, inteiras, as suas vozes. Quando se lhes impôs o silêncio elas mudaram de mundo. No escuro permaneceram lunares.
Estas histórias falam desse território onde nos vamos refazendo e vamos molhando de esperança o rosto da chuva, água abensonhada. Desse território onde todo homem é igual, assim: fingindo que está, sonhando que vai, inventando que volta.
Mágico. Pequenos contos de fazer sonhar. Cheios de palavras novas. Palavras moçambicanas. Palavras inventadas. Palavras sonhadas. Adorei.
Acordando dos sonhos para que Mia Couto me transportou, peguei em algo obrigatório de quem gosta de escritores portugueses:
Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas, tem hoje quarenta e nove anos, por ter nascido em 1815 na aldeia de Cacarelhos, termo de Miranda.
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O amor é tão engenhoso como a natureza!
Sendo das suas obras mais conhecidas, é uma forte crítica cheia de ironia e sátira à sociedade das grandes metrópoles, à corrupção destas sobre o homem comum. Uma leitura bastante divertida. Quantas vezes me ri a ler feito um tolo? Um verdadeiro disparate delas :)
E as leituras prosseguiram para um livro de espionagem para ir variando o tipo de livros que me passam pelos olhos:
Era uma dessas vagarosas tardes de Domingo de que Walden gostava. Encontrava-se de pé junto da janela e olhava para o parque.
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