Numa manhã recente, li numa notícia curta uma citação de Aimar: "No Benfica já me homenageiam todos os dias pela forma como me tratam." É mais um exemplo perfeito do senhor que Aimar é dentro e fora dos campos. Passado umas horas, a meio da tarde, encontrei um vídeo onde se recusava a comentar sobre as outras equipas porque não gosta que o façam sobre a sua. Mais um exemplo de postura. E já noitinha encontrei um artigo de opinião intitulado "Pablo Aimar - A postura de um grande Senhor" que reflecte na perfeição a minha opinião sobre o jogador/pessoa que demonstra ser.
Segue o artigo:
Por uma questão de princípio sempre fomos contra a idolatração de quem quer que fosse que se destacasse no desempenho da sua profissão, mesmo que ela fizesse parte daquele círculo restricto que arrasta paixões, atrai milhões de adeptos em todo o Mundo, e consegue levar o mais pacato cidadão que, sendo racional e sempre ou quase sempre pauta as suas atitudes pelo bom senso, a atingir esporadicamente comportamentos a roçar uma incompreensível irracionalidade. A paixão pelo futebol consegue fazer essa incrível mutação.
Ao longo da nossa vida desportiva tivemos oportunidade de ver diversos futebolistas a nível de todo o mundo que se destacaram pelas suas excepcionais performances desportivas e por comportamentos humanos condizentes com a sua condição de vedeta. É normal que em cada ciclo ou em cada época, os media e os adeptos tendam a distinguir este ou aquele jogador como sendo o mais genial de todos os tempos. Alguns no entanto, cometem a injustiça de se esquecer que antes dele, houve outros que não viram jogar, e que poderiam merecer igual referência e distinção.
Basicamente e por razões óbvias, essa complexa questão será sempre motivo de discussões ao longo de gerações, em que cada um terá as suas razões para defender a sua dama. Até porque estamos perante situações muito diversificadas por força das personalidades dos que se distinguem. Uns circuncrevem-se apenas e só às suas fabulosas qualidades inatas para praticar a modalidade, sendo um desastre fora do campo por força do seu défice intelectual que os compele por exemplo a serem excêntricos, outros igualmente dotados têm o bom senso de não se exporem demasiado ainda que sem qualquer rasgo de outra natureza e, finalmente, aqueles que são completos (os mais raros) pois conseguem reunir as duas vertentes com igual competência. Pablo Aimar é indiscutivelmente um dos que se insere nesta última categoria.
Lemos por isso com imensa satisfação há alguns dias atrás, que El Mago seria objecto de uma homenagem em Lisboa pelo exemplo do cidadão argentino que vive no estrangeiro e que através da sua postura, comportamento e atitudes, muito tem prestigiado o país das pampas. Se a justiça alguma vez consegue reunir unanimidade, esta será sem sombra de dúvida uma delas. Quando há 3 anos atrás, Rui Costa foi a Saragoça desafiar Pablo Aimar para vestir a sua camisola e na altura duvidámos que um jogador do seu calibre viesse a optar por jogar em Portugal ainda que o nome e o prestígio do Benfica fossem apelativos, estávamos longe de imaginar que para além da sua genialidade no exercício da sua profissão, tivesse uma tão transcendente dimensão humana.
Ouvindo e lendo ao longo da sua estadia em Portugal, tantas e tão distintas opiniões mesmo até de adversários a quem a dimensão e o prestígio do nome do Benfica causa alguns engulhos, nunca nos apercebemos que alguma vez houvesse qualquer comentário desabonatório em relação à sua postura como ser humano, sendo que apenas houve as críticas normais ao seu desempenho enquanto futebolista. Mesmo quando um diário desportivo insinuou que Pablo Aimar teria dito uma coisa em Lisboa (compelido pela estrutura interna a fazê-lo) e outra coisa na sua terra natal (Rio Quarto), Aimar soube manter uma posição de coerência e firmeza que extinguiu um problema que nunca chegou a ser. Por último, e ainda sobre as notícias sobre a sua ida para o Médio Oriente ou do regresso à Argentina, mais uma vez deu uma lição sobre a forma como um profissional deve lidar com essa pressão. Não sabemos qual irá ser o futuro de Pablo Aimar mas de uma coisa temos a absoluta certeza: É que ele faz parte do lote restricto de jogadores que mais nos impressionaram nas duas vertentes – desportiva e humana – constituindo uma lição para todos aqueles que nunca conseguindo atingir o seu patamar, se entretêm a tentar dar nas vistas por outras razões. Estamos certos que por tudo o que nos tem dado, o futebol português deve estar-lhe agradecido e ficará mais pobre quando ele um dia partir. Pablo Aimar, também não temos dúvidas, passará a fazer parte da história secular do Benfica. Tem sido um previlégio tê-lo connosco!
Sou e serei sempre um fã do homem e do jogador.
2 comentários:
Deste também não consigo não ser fã...que jogador brilhante e fenomenal...uma pena jogar num clube tão fraco e que não o merece...
P.S - Grande abraço teta...qualquer dia nem te conheço oh desaparecido...
Tás sempre a bulir bulir bulir... por falar em clubes fracos, se o Carrillo quiser potenciar o talento que tem, que se mude para o Glorioso...fazemos dele um jogador como deve ser :D
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