22/12/2011

Chugyeogja (aka The Chaser)

De volta ao cinema asiático, mais propriamente ao sul coreano, escolhi um thriller violento baseado numa história verídica. Algo do género do Estripador de Lisboa, algo tão falado nas últimas semanas

Um ex-detective tornou-se chulo e começa a perder raparigas quando estas vão ter com um cliente especifico. Irritado por pensar estar a ser ludibriado, procura o cliente de forma a obter respostas e vingança. Mas como em qualquer bom thriller, nem tudo o que parece é...

Apesar se já reconhecer algumas das caras quase indistinguíveis dos actores coreanos, todos os presentes nestes filmes são desconhecidos. Bons mas desconhecidos. Yeong-hie Seo (a última prostituta a desaparecer) e Jung-woo Ha (o serial-killer) trazem-nos uma interpretação segura, dando à respectiva personagem o que se esperava. Ela, uma delicadeza palpável. Ele, uma loucura que se sente apenas ao observar. Mas o papelão, a interpretação do filme é da personagem principal, Yun-seok Kim (o chulo). A intensidade transborda. O desespero abunda. Acompanha a evolução/crescimento da sua personagem de forma perfeita. Não alcança as interpretações de Min-sik Choi em Oldboy e I Saw The Devil mas consegue algo de genial.

No parágrafo anterior já indiquei quem é o serial-killer. Não foi lapso. É porque não faz diferença para o desenrolar da história. Aos 2 minutos já se desconfia de quem matou. Aos 15 minutos já se tem a certeza. Seguem-se 100 minutos em que nos mantemos presos. Acompanhamos a transformação da personagem principal devido à presença de uma criança a seu lado. Percebemos que por detrás daquele manto de agressividade há uma pessoa boa por se revelar. Já temos todas as personagens etiquetadas mas não perde o interesse. Tem muito mérito em como consegue isso.

Não é um filme de terror. É um filme violento. Aliás, bastante violento. Não vimos as mortes.  Mas vimos o sangue, o resultado final da obra do serial-killer. A última morte, o serial-killer de óculos escuros e boné, com um martelo de pregos, em câmara lenta (como gostam os asiáticos disto), a 'martelar' e cada vez que puxa o martelo atrás, este esguicha sangue para a parede branca é umas das cenas do filme. Brutal. Literalmente e em termos de realização.

4885?

Rendam-se ao cinema sul coreano. Mais um exemplo de um grande filme que dá 15-0 à maioria das produções hollywoodescas. Terminei o filme com uma sensação de satisfação, de ter saciado a minha fome de filmes com algo que valeu bem a pena. 

Sem comentários: