19/12/2011

Eu tenho dois amores

... um é vermelho e nacional, outro é espanhol e grená...
Começo pelo Benfica. Uma vitória num jogo que se podia ter tornado chato. Sem os alas normais, foi Nolito a desequilibrar. Este não é um fora de série mas para o Benfica é uma mais-valia. É difícil compreender a fixação de JJ por Bruno César. Chuta-chuta passa quase sempre ao lado do jogo, não desequilibra, não defende, e eu não percebo. Lembra-me um comentário de um colunista de um jornal desportivo que referia que se por acaso Messi fosse dispensado no Natal e se juntasse ao plantel encarnado seria suplente de Bruno César, tal é a teimosia do nosso treinador. Ou JJ não escolheu o Nolito ou Bruno César tem que jogar devido a preço que se pagou. Javi voltou a ser um monstro e espero que se mantenha por cá muitos e muitos anos. Garay continua a surpreender-me. Grande central. Artur é guarda-redes de top. Desde Preud'homme que não estava tão descansado. Maxi é super na entrega e raça. Inesgotável. Alegra-me a sua renovação. Rodrigo e Nélson Oliveira precisam de minutos mas tenho fé. Witsel parece cansado mas não há melhor protector de bola do que ele. Devia tentar mais vezes desequilibrar. Tem pés e passada larga para isso. E depois houve (e haverá mais 1 ou 2 anos ) Aimar. É uma dimensão à parte. Está para o campeonato português como Zidane estava para o mundo. Transborda classe de todos os poros. Mesmo quando passa ao lado do jogo, tem sempre algum apontamento, nem que seja na forma como se entrega. Um exemplo. De longe, o meu jogador favorito do Glorioso!!
E termino com o Barcelona. Mais uma taça para a equipa que alguns já consideram a melhor equipa de sempre. Eu sou novo, tenho consciência futebolistica à cerca de 17 anos, desde a altura que o Benfica foi campeão com Toni. Lembro de muitos momentos do Mundial de 94, Euro 96 e por aí adiante. Mas nunca vi nenhuma equipa mostrar esta superioridade jogos após jogo. Não ganham só. Dominam. O Santos nunca foi um adversário perigoso. Bem controlado, o elevado ritmo inicial sentenciou a partida no 1º tempo. Poderia ter sido um resultado histórico se os jogadores culés não tivessem acalmado (excepto Daniel Alves que correu, correu, correu...estava possuído, e no fim dançava...). Não vou focar-me no óbvio: a tremenda qualidade da equipa. Messi, Xavi, Iniesta, Fabregas, Thiago estão fartos de serem elogiados. Mesmo os patinhos feios, Puyol, Busquets têm algo a dar à equipa. Prefiro destacar Pep Guardiola. A pessoa e o treinador. Como pessoa é de uma humildade e descrição rara. Ainda para mais quando o seu principal rival é o completo oposto. Também já se exaltou, poucas vezes é certo, mas mantém sempre o seu comportamento dentro do que é esperado de alguém que pode ser um exemplo para muita gente. Ontem, na celebração, notava-se que estava contente, contente de dever cumprido, contente de um esforço recompensado. Como treinador, por vezes não lhe dão o mérito que merece. Muitos dizem que tem um trabalho fácil, Xavi, Messi, Iniesta e blá blá blá. É fácil ser campeão. Então e antes de Pep assumir o comando? Nos anos em que o Real Madrid foi campeão, e que havia Messi, Xavi, Iniesta, Deco, Eto'o, Ronaldinho? Pep tem mérito e muito. Colocou a equipa a jogar de forma fantástica. Por vezes parece futsal. Todos dizem que atacam como ningúem. Todos dizem fazem posse de bola de forma única. Mas o que pouca gente refere é a maneira como defendem. Sempre em pressão alta, com muita entrega por parte de jogadores de quem se esperava que só corressem com a bola nos pés. É Pep que tem méritos por os conseguir motivar e mentalizar para jogarem como o fazem. Acho que outro factor importante é a aposta na cantera. Ontem começou o jogo com 9 jogadores que passaram pela formação do clube. Não há muitos clubes e treinadores assim. Já vai com 13 títulos em 16 que disputou. Diz tudo. E não me parece que fique por aqui.

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