02/02/2010

Poema XXIV

Recomeça.

Se puderes

Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.

Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.

És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura

Onde, com lucidez, te reconheças.

Miguel Torga

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