Dizei-me por obséquio: um homem que odeia a si mesmo poderá, acaso, amar alguém? Um homem que discorda de si mesmo poderá, acaso, concordar com outro? Será capaz de inspirar alegria aos outros quem tem em si mesmo a aflição e o tédio? ... Portanto, é necessário que cada qual lisonjeie e adule a si mesmo, fazendo a si mesmo uma boa colecção de elogios, em lugar de ambicionar os de outrem. Finalmente, a felicidade consiste, sobretudo, em se querer ser o que se é. Ora, só o divino amor próprio pode conceder tamanho bem....não será o amor próprio o maior de todos os bens?
Erasmo de Roterddam em Elogio da Loucura
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