20/03/2011

Objectivo pessoal, porque sim!

A maior lua dos últimos 18 anos aproximava-se. Estrelas únicas de outras regiões invadiram o Alentejo. Uma ideia com várias meses de maturação. Um objectivo pessoal. Uma pancada sem explicação. 11h. Acordar com o calor. Céu azul. Sol. Ler o jornal. Aconchegar o estômago. É hoje. Pedir ajuda à H2O para apagar os vestígios das noite. Vestir calções. Tshirt. Ténis impróprios para correr. E faço-me à estrada. Breves momentos a andar enquanto preparo o som no IPod. Indispensável. Sozinho não conseguiria. Era demasiada solidão. Encontro com um amigo. Olha-me estupefacto. Não acredita que o vá fazer. Nem que seja a andar, digo-lhe. 11:48. Começo a correr. Os primeiros 2 ou 3 quilómetros são os piores. O corpo precisa de se habituar. Chego à principal dificuldade. Cresce para mim que nem o Evereste. Com esforço, escalo-a. No seu topo, abrando. Recupero. A correr. Não paro. Leques com 4 rodas passam constantemente. Ajudam. A sombra das árvores é uma constante. Ajudam. Chego a meio. Cruzamento. 12:12. Desvio à direita. Uma recta enorme. Pequenas subidas pelo meio. O Sol sempre de costas. A aloirar-me o cabelo. As sombras desapareceram. Os leques com volante também. Estou por minha conta. Sinto-me mais adaptado. Já consigo cantar o que oiço. Bom sinal. Encontro um conhecido na estrada. Apanha flores. Quer conversa. Só pode estar a brincar. Não vê que vou cansado e quer bater um papo? Não paro. Segue-me de leque e dá-me mais conversa. Chiça. Desiste e acelera no seu leque. Monte dos Testos. Uma tabuleta indica o caminho. Relembra-me um caminho tantas vezes feito. Na infância. Boas recordações. E bom sinal. Estou a chegar. Mais uns metros. Campo de futebol. Entro na aldeia. Passo por um idoso de mota. Viro à direita na única rotunda. E enfrento a última dificuldade. 100 metros a subir. Por esta altura parecem-me 100 quilómetros. Mas também não ia desistir agora. 12:36. Chego a um dos meus portões. Grito ao meu pai. Pai, abre-me o portão que vou andar aqui à volta. Dou uma volta à casa. A andar. Devagarinho. A recuperar. Dou boas tardes a quem encontro. E finalmente entro no meu quintal. Pareço uma barata tonta. Continuo a andar pela horta. Não posso parar de repente. Quero evitar dores de ressaca. Tiro a tshirt. Alongo. Penso no bem que me sabia um banho. Encosto-me na piscina. Quentinha. 23ºC. Mas cheia de folhas. Resta-me o chuveiro. E comer laranjas. Doces. Faço tempo à espera da minha boleia de volta. Observo as rãs, cagado e tartaruga que dominam o charco artificial. Bela vida. Só a apanharem Sol. Está na hora do regresso. Tudo preparado. Mas apercebo-me que 2 raridades por ali, leia-se 2 crianças, tentam invadir-me o quintal. A avó de um deles segue-os. Presença constante na horta, diz que vieram ver a tartaruga. Só falavam da tartaruga. E esta, hein? Tenho um superstar no quintal e não sabia. A avó abre o portão e é vê-los a correr até ao charco. A superstar nem se esconde. Parece habituada à atenção. Tenta morder folhas que lhe dão. Estão deliciados. E assim os deixo. Entretidos. Regresso a casa. De carro...

1 comentário:

Fabinho disse...

Teta para apróxima vou ctg, mas temos que ir ao meu ritmo, pk se for ao teu nem 1 km faço...tá combinado, isto claro se quiseres ir a passo de caracol...lolol