14/05/2011

The King's Speech

O facto de ter levado para casa a estatueta para o melhor filme do ano chega (e sobra) para justificar o facto de ter escolhido dedicar 2 horas do meu tempo a perceber se o Óscar foi bem entregue.

O Príncipe George tem problemas de fala, gagueja. Sendo uma figura pública, a qual se espera que discurse publicamente, leva a sua mulher a tentar arranjar ajuda. É aí que entra em acção Lionel Longue, um especialista em problemas de fala com métodos radicais.

Colin Firth, que também levou para casa uma estatueta, é o Príncipe gago. Extraordinária interpretação, mesclando momento de gaguez, de tristeza, de fúria como se lhe fosse natural. Geoffrey Rush é o outro papelão do filme. Sem nenhuma característica peculiar, a sua personagem encaixa que nem uma luva na de Colin Firth. Juntos, em cena, parece real. E quando Helena Bonham Carter se junta à imagem, nada se perde. Antes pelo contrário, adiciona-lhe aquela sua originalidade especial. Está muito associada ao marido, Tim Burton, mas é uma excelente actriz. Tanto ela como Geoffrey Rush foram distinguidos com uma nomeação da academia. Uma menção para a curta aparição de outra cara famosa, Guy Pearce, como o Principe bon vivant.

Gostei da realização de Tom Hooper. Aquela maneira de filmar as sessões de terapia deliciaram-me. Raramente os filmava ao mesmo tempo. Ora filmava o Príncipe no canto inferior esquerdo enquanto este falava, ora filmava o Especialista no canto inferior direito quando este tinha a palavra. Adorei este pormenor.

A presença constante de música clássica foi mais um pormenor que adicionou pontos à minha opinião sobre o filme. Beethoven e Mozart fazem maravilhas em qualquer filme de época. Sem qualquer dúvida.

King George VI: If I'm King, where's my power? Can I form a government? Can I levy a tax, declare a war? No! And yet I am the seat of all authority. Why? Because the nation believes that when I speak, I speak for them. But I can't speak. 

É um filme que cativa apenas através dos seus diálogos. Acção? Não há. Muitos e bons diálogos. Inteligentes e bastante divertidos. Aceito que lhe tenha sido dado o Óscar mas se fosse eu a decidir, e tendo apenas visto metade dos eleitos, tinha tido uma escolha diferente. De qualquer forma é um filme brilhante que vale a pena ver!!!

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