30/06/2011

Ela. Ele. Donzela e Caval(h)eiro


Verão chuvoso. Dias cinzentos. Ausentes. Distantes. Ele, em formação, viajou de carro para o Norte. Ela de férias viajou para a França. Os dias passam. Moles. Uma nova semana nasce. Ele espera a boleia. Está diferente. Refrescou a cabeça. Cortou o cabelo. Favorece-o. Sem companhia nem protecção. Livro, iPod e óculos ficaram em casa. Parece um zombie. Fim de semana violento. Entra, senta-se e fixa o olhar no que a janela lhe traz até ao colo. Ela traz companhia cor-de-rosa. Revista Caras. Espera a boleia. Está diferente. Tornou-se ruiva. Não a favorece. Mas nada lhe fica mal. Ouve Stereophonics. Entra, senta-se e concentra-se no corte e costura literário. Procuram-se mutuamente. Não se encontram. Cegos. Estão a 2 braços de distância. Desistem. Ela dedica-se a 100% à sua revista. Ele entrega-se de corpo e alma à paisagem. O destino aproxima-se. Lentamente. A carvão. Molhado. Continuam focados. A boleia pára. Como sempre são os últimos. Levantam-se ao mesmo tempo. Um de cada lado. E chocam o olhar no corredor. Um segundo. Um turbilhão de emoções. Distraídos. Apanhados de surpresa. Um reencontro inesperado. Ele, o ultimo dos cavalheiros, cede-lhe passagem. Ela, que nem uma donzela, agradece e sorri delicadamente. Quase ao mesmo tempo reencontram a cidade. Ele atrás dela. Segue-a sem a seguir. De olhos fechados. Que nem um caval(h)eiro a proteger a sua donzela...

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