09/06/2011

Regresso

A primeira história policial de um dos livros que me acompanhou no regresso à pátria após curta estadia em terras britânicas está terminada. Nada de mais. Um detective. Um criança por encontrar. Amnésia a atrapalhar. Tem um início enfadonho mas ganha ritmo ao longo da narrativa.

Para desenjoar de literatura em inglês e aproveitar para mudar completamente o estilo, optei por regressar a um escritor que me deixou boas recordações: Haruki Murakami. Sputnik, Meu Amor é umas das suas obras mais famosas e idolatradas pela crítica. Pela quantidade de páginas que devorei só num dia, é livro que 'marcha depressa'.

Começa assim:

"Na primavera dos seus vinte e dois anos, Sumire apaixonou-se pela primeira vez na vida. Foi um amor intenso como um tornado abatendo-se sobre uma vasta planície -, capaz de arrasar tudo à sua passagem, atirando com todas as coisas ao ar no seu turbilhão, fazendo-as em pequenos pedaços, esmagando-as por completo. Com uma violência que nem por um momento dava sinal de abrandar, o tornado soprou através dos oceanos, arrasando sem misericórdia o templo de Angkor Vat, reduzindo a cinzas a selva indiana, tigres e tudo, para depois em pleno deserto pérsico, dar lugar a uma tempestade capaz de sepultar sobre um mar de areia toda uma exótica cidade fortificada. Em suma, um amor de proporções verdadeiramente monumentais. A pessoa por quem Sumire se apaixonou, além de ser casada, tinha mais dezasseis anos do que ela. E, devo acrescentar, era uma mulher. Foi a partir daqui que tudo começou, e foi a partir daqui que (quase) tudo acabou."


PS: O Livro do Desassossego continua a ser o rei e senhor da minha mesinha de cabeceira. É degustado numa lentidão saborosa :)

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