28/07/2011

Crise? Qual crise?

Uma palavra constante nos jornais diários: crise. Estamos em crise. É fácil verificar isso:Festival Super Bock Super Rock (90.000), Marés Vivas (67.000), Alive (160.000)... Não condeno quem pode e vai... ultimamente também fiz despesas que não reflectem o estado da nossa nação...mas o mais estranho é que a maioria dos festivaleiros são jovens sem rendimentos que vão pagar 2 euros por imperial e durante todo o ano invadem os sítios da moda para beberem bebidas a 5 euros...pais a endividarem-se para os putos andarem a curtir... ó minha gente, uma mãozinha na consciência, 5 segundos de reflexão...

Mas há mais...

Casas hipotecadas, prestações por pagar de empréstimos para compras ou férias(hã?), saldo sempre negativo mas é vê-los a tomar pequeno almoço como se não soubessem o que fazer a tanto dinheiro... numa manhã da semana passada, a caminho do trabalho, parei num café na zona da Av. de Roma. Pedi um café, e como o jantar tinha sido a correr, adicionei um pão de leite misto. Enquanto esperava, olhei à minha volta. Casa cheira. 20 pessoas ao balcão. 20 pessoas sentadas. Pedi a conta. 2,7e. Quase o preço a que almoço. Um roubo legalizado. Ficaram benzidos. No dia a seguir. No mesmo café. As mesmas pessoas. Só pedi café...

A sabedoria popular tem toda a razão, não há dinheiro não há vícios... ou pelo menos não devia haver!!

E não parece que haja recuperação tão depressa... a próxima medida é aumentar o preço dos transportes públicos... voltam a pagar os mesmos... quem não anda de Mercedes, BMW ou Audi. Argumenta-se que não se deve taxar os ricos porque são estes que criam empregos. Mas e se retirarmos poder de compra ao povinho não irá encerrar fábricas? É um novelo bem confuso. Os entendidos que arranjem forma de nos tirar deste buraco onde o Sócrates nos deixou antes de decidir ir estudar Filosofia...

2 comentários:

romudas disse...

O problema não vem só do Sócrates, é bem mais profundo que isso. O gajo só nos enterrou mais um bocadinho com aquela esquizofrenia ideológica, tipo "hoje sou de direita e amanhã de esquerda" não fazendo o que era preciso ser feito... Mas isso são águas passadas, enfim.

Quanto à cena do café: o que aconteceria se toda a gente deixasse de frequentar esses sítios? Cafés na falência, empregados na rua, distribuidores e fabricantes de bolos e demais produtos à rasquinha até estoirarem também; e depois, pasteleiros e vendedores na rua e fábricas de farinhas e cafés à rasca numa espiral invertida até ao derradeiro colapso económico. Não é cortando absolutamente no consumo que saímos da crise... Muito pelo contrário. O povinho tem que governar o povinho já que o governo não o governa.

Zekka disse...

Eu não estou a dizer para deixarmos de consumir. Claro que isso estagna a economia. Quem pode ñ vejo mal em que gaste o dinheiro em festivais, futebol, pastelarias, minis, carros, férias, o que quiserem...agora 'coitadinhos' que pouco ou nada têm, que andam sempre com as calças apertadas já ñ consigo compreender